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O tempo de ser da criança

27 de maio de 2015

Escolher do que brincar, agir de acordo com o próprio ritmo, aprender fazendo junto… A educadora Renata Meirelles fala sobre tudo isso e muito mais em entrevista para a websérie “Tão Longe, Tão Perto”.

Em entrevista para a websérie “Tão Longe, Tão Perto”, publicada no Espaço Húmus, Renata Meirelles fala sobre o que observa da infância nas diferentes comunidades que visitou pelo Brasil afora. A educadora, que junto com David Reeks documentou diversas expressões do universo lúdico infantil em projetos como BIRA – Brincadeiras Infantis da Região Amazônica e Território do Brincar, divide conosco um pouco de sua rica experiência e nos conta sobre crianças que têm a liberdade de escolher suas atividades, sem a supervisão e o direcionamento adultos.

Renata afirma que essa possibilidade de brincar de acordo com a própria vontade e ritmo é uma forma fundamental de exercitar o próprio desejo. A partir do momento que a criança não tem ninguém dizendo a ela o que fazer e como agir, ela precisa entrar em contato com seu mundo interno e descobrir o que realmente quer. Assim, ela terá que criativamente inventar caminhos para alcançar aquilo que está buscando. Para a educadora, esse processo é essencial na construção da própria identidade, uma vez que saber o que se é está intimamente relacionado com saber sobre o próprio desejo.

Na entrevista, também  se questiona a excessiva pressão a que as crianças estão submetidas em função das expectativas adultas. Por conta da numerosa quantidade de tarefas a cumprir e da ênfase que é dada ao futuro em detrimento do presente, a criança tem pouco tempo e espaço para de fato experimentar ser, de forma independente das exigências dos mais velhos.

Além disso, essa preponderância do adulto nas questões da infância faz com que muitas vezes se perca a característica essencial da forma de aprender da criança: fazer junto, experimentando ludicamente, sem muitas explicações. Muitas vezes perdemos a oportunidade de favorecer esse aprendizado significativo, que se dá a partir das observações e tentativas de ação da criança.

Vale a pena assistir ao vídeo e aprofundar-se na reflexão sobre esses assuntos. E você? O que pensa sobre essas questões? O que observa no brincar das crianças? Queremos saber mais sobre suas opiniões e percepções! Esperamos seus comentários!

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